Tudo começou quando o
amor uniu duas pessoas cheias de sonhos. Dentre esse sonhos que permeavam nosso
coração havia um especial: o sonho de ter filhos. Maria Paula e Samuel são
frutos desse amor....
Em junho de 2007, nasceu
nossa princesa a quem demos o nome de Maria Paula. Ela nasceu tão linda e cheia
de vida; era meiga, doce, agradável, encantando a todos que a visitavam. Não é
à toa que seu nome significa pequena graciosa. Percebíamos que uma graça havia
sobre ela, não a graça que é sinônimo de riso, mas aquela que repousou sobre a
virgem, conforme as palavras proferidas pelo anjo Gabriel: “tu és agraciada”.
Paulinha parecia mais um instrumental que soava bem baixinho acalentando nossos
ouvidos, crescia tranquilamente e enchia nossos corações de alegria. Mas
faltava alguém para que nossa alegria fosse completa.
Quando Paulinha tinha
apenas um ano de idade, já estávamos esperando outro bebê. Parecia um sonho,
nosso homenzinho, também tão desejado, chegou, e lhe demos o nome de Samuel,
cujo significado é aquele que é dedicado a Deus. Assim, a nossa família estava
completa e os nossos bebês traziam muita alegria para o nosso lar.
Ocorre que, quando do
nascimento de Samuel, em abril de 2009, na ida para a maternidade, Paulinha
teve uma febre persistente por causa de uma pneumonia muito grave, tendo sido
internada no Hospital Aliança. Aquela foi somente a primeira dentre muitas
outras internações que nossos filhos iriam precisar para cuidarmos da saúde
deles, que é extremamente debilitada. Era apenas a ponta do iceberg que ano a
ano, iria mostrar a sua verdadeira dimensão.
Desde então passamos a
frequentar de forma rotineira o hospital, tendo os nossos filhos quadros de
pneumonias, bronquiolites, infecções urinária, celulites, pancreatites e diversas outras infecções. A
busca pelo diagnóstico foi exaustiva, cansativa e às vezes parecia não lograr
qualquer êxito. Todavia nunca desistimos de percorrer todos os caminhos até que
conseguíssemos descobrir não apenas o diagnóstico, mas sobretudo a cura.
Precisamos nesse momento
render as devidas homenagens a equipe médica que nos acompanhou desde o inicio
de tudo e ao corpo de funcionários do Hospital Aliança que sempre estiveram
presentes conosco nessa busca. Ocorre que, como se trata de um caso
extremamente raro, mesmo com todo esforço e desejo de acertar, o primeiro
diagnóstico do caso de Maria Paula foi equivocado, mas graças a Deus e aos cuidados diários nosso e da equipe multidisciplinar
de médicos do Hospital Aliança nossa filha conseguiu resistir a muitas
internações.
Foram aproximadamente
mais de 70 intercorrências, algumas na UTI, inúmeras entradas e internações com
Paulinha e mais de 30 com Samuel. Ao Hospital somos muito gratos pelo
acolhimento e cuidado a nós dedicados, pelo amor e carinho de todos os médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas e demais profissionais e funcionários daquela
casa, que cuidam com muito amor de nossos filhos e isso nunca será esquecido.
Muitas vezes pensamos
que nossos filhos eram apenas crianças mais frágeis e que com o tempo elas
seriam totalmente saudáveis, todavia, o tempo passava e a situação não
melhorava. Como pais nos encorajamos a ter uma vida normal, frequentávamos
diversos ambientes com eles, shoppings, igrejas, hotéis, parquinhos,
restaurantes, mas sempre vivenciando o
desconforto de febres, dores, diarréias, vômitos, alergias... Com tudo isso,
ainda assim, matriculamos nossos filhos
na escola na tentativa de que eles levassem uma vida normal, fomos amados e
acolhidos pela escola Gêneses, que muitas vezes nos ajudou a superar os
contrangimentos das feridas que começavam a aparecer nos nossos filhos.
Depois de uma longa
busca pelo diagnóstico sem sucesso algum, resolvemos, mais uma vez, voltar a
São Paulo para ouvir uma nova equipe médica, a viagem foi difícil por conta das
muitas feridas que eles apresentavam mas foi muito importante o que ouvimos dos
médicos.
Eles falaram que nossos
filhos tinham imunodeficiência grave e que precisávamos descobrir qual seria a
causa para decidirmos o tratamento. Fizemos diversos exames que confirmaram a
imunodeficiência, porém ainda não era possível definir o tipo. Durante esse
espaço de tempo, conhecemos uma médica de Curitiba, que nas suas férias em
Salvador, reservou, bondosamente, um tempinho para conhecer nossos filhos e a
partir desse encontro, nossos olhos começaram a enxergar que havia uma luz na
escuridão. Antes nós acreditávamos que havia uma solução, mas, era como se
buscássemos o que ainda nossos olhos não haviam contemplado. Agora, não,
sabemos pelo menos em qual direção devemos seguir e por isso estamos cheios de
esperança, como antes, mas agora temos o norte apontado em nossas
bússolas.
Fomos a Curitiba e
realmente começamos a fazer exames bem direcionados na tentativa de descobrir
que tipo de imunodeficiência nossos filhos tinham e, recentemente, a partir de
exames genéticos, recebemos o diagnóstico conclusivo de que nossos filhos têm
Imunodeficiência Combinada Grave com Ausência de Dock 8. A deleção encontrada
nos exames explica o motivo de Paulinha e Samuel não conseguirem superar tantas
infecções e a única forma deles conseguirem ficar bem é através do transplante
de medula óssea.
Atualmente, eles não
estão frequentando escola e estão quase sempre dentro de casa porque as lesões
de pele estão mais evidentes e eles precisam de maior proteção contra as
viroses. O transplante será realizado em Curitiba e estamos aguardando os
doadores compatíveis.
Agradecemos a todos que
de alguma forma nos ajudaram a chegar até aqui e hoje, mais do que nunca, temos
a clareza de que a mão invisível de nosso amoroso Deus esteve conosco em todos
os momentos, nas longas internações, nas noites em claro... Ele sempre nos
socorreu. Em especial, somos gratos aos amigos, irmãos, familiares,
igrejas, médicos, enfermeiras,
fisioterapeutas e demais profissionais da área de saúde por todo cuidado,
orações e apoio nos dias difíceis que passamos com nossos filhos.
Acreditamos que estamos
chegando ao final dessa linda história de amor e de dedicação ao nossos filhos,
cujas páginas estão sendo escritas a cada dia, a cada nova experiência e em
cada novo desafio que se apresenta. Estamos certos de que os sofrimentos do
tempo presente não poderão ser comparados com a alegria futura que ainda será
revelada. Como no dizer de Charles Spencer Chaplin, haveremos de ver sempre o
lado bom da chuva que cai e não a faceta do raio que destrói. É o que temos
buscado aprender com tudo isso.
Ilton e Maica Leão - 06/mai/2015
Será só vitórias....esses anjinhos vieram a este mundo para semear amor e testemunhar os milagres de Cristo. Deus abençoe todos vocês. Estamos juntos nessa batalha Maria Paula e Samuel. Um beijo!!!!
ResponderExcluirMuito bom relembrar este milagre de Deus. Saudades! Amo vcs
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